De acordo com o comentador José Severiano Morel Filho, a fotografia em um filme é mais do que apenas belas imagens; é uma arte que captura a essência da narrativa, traduzindo emoções e atmosferas para o espectador. Em 2024, vários filmes se destacaram não apenas por suas histórias envolventes, mas também por suas impressionantes cinematografias. Aqui, destacamos alguns dos filmes com a melhor fotografia do ano, que levaram a experiência visual a novos patamares.
Sabia que há fotos de paisagens brasileiras no cinema?
“A luz do crepúsculo” é um drama que se passa nas paisagens rurais do interior do Brasil. A cinematografia de Fernando Meirelles é um verdadeiro espetáculo visual, utilizando a luz natural de maneira magistral para capturar a beleza e a melancolia do ambiente. A paleta de cores quentes e terrosas transmite uma sensação de nostalgia, enquanto os longos planos-sequência permitem que o espectador se perca na vastidão dos campos e nas sutis expressões dos personagens.
Reflexos na água
Em “Reflexos na água”, a diretora e fotógrafa de cinema Anna Muylaert usa a fotografia para explorar temas de identidade e memória. Situado em uma pequena vila costeira, o filme faz uso extenso de espelhos, superfícies aquáticas e sombras para criar uma atmosfera de introspecção e mistério. Como comenta José Severiano Morel Filho, entendedor do assunto, a cinematografia é hipnotizante, com cada cena parecendo uma pintura cuidadosamente composta. A forma como a luz se reflete na água adiciona uma camada extra de profundidade e simbolismo à narrativa.
O horizonte perdido
“O horizonte perdido”, dirigido por Karim Aïnouz, é um épico visual que nos leva ao coração do deserto do Saara. A fotografia de Rui Poças é absolutamente deslumbrante, capturando a vastidão e a majestade do deserto com uma clareza e precisão de tirar o fôlego. As cenas ao pôr-do-sol são particularmente impressionantes, com cores vibrantes e contrastes fortes que ressaltam a beleza austera do cenário. A sensação de isolamento e desolação é palpável, tornando-se um personagem por si só no filme.
Já imaginou a vida conturbada de São Paulo no cinema?
“Cidade invisível”, de Alice Rohrwacher, é um thriller urbano que se passa nas ruas labirínticas de São Paulo. A cinematografia de Hélène Louvart capta a energia frenética da cidade, utilizando uma combinação de câmeras de mão e ângulos criativos para dar ao público uma visão íntima e visceral da vida urbana. Como elucida José Severiano Morel Filho, as cenas noturnas são especialmente notáveis, com jogos de luz e sombra que criam uma atmosfera de suspense e tensão.
Memórias de abril
“Memórias de abril” é uma narrativa sensível sobre perda e redenção, dirigida por Petra Costa. A fotografia de Benjamin Loeb é liricamente bela, utilizando uma paleta de cores suaves e uma iluminação suave para criar uma sensação de sonho. As transições fluidas entre cenas e os movimentos graciosos da câmera complementam a história, adicionando uma camada emocional que ressoa profundamente com o público. É um filme que mostra como a fotografia pode ser utilizada para enriquecer a narrativa emocional de uma história.
A última estação
Em “A última estação”, dirigido por José Padilha, a cinematografia é uma força poderosa que dá vida à história de um grupo de pessoas presas em uma estação de trem abandonada. César Charlone, o diretor de fotografia, utiliza a iluminação contrastante e as texturas ricas dos cenários para criar uma sensação de claustrofobia e tensão. Como demonstra José Severiano Morel Filho, conhecedor do assunto, as cenas são compostas com precisão meticulosa, cada quadro carregando um peso visual que contribui para a narrativa de suspense e drama.
Sombras do amanhã
“Sombras do amanhã”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, é um filme de ficção científica com uma abordagem visual inovadora. A fotografia de Juliano Dornelles mistura elementos futuristas com um toque retrô, criando um mundo que é ao mesmo tempo familiar e alienígena. As cores vibrantes e os efeitos de iluminação criam uma atmosfera de outro mundo, enquanto os enquadramentos criativos e os ângulos inusitados adicionam uma camada de mistério e intriga à história.
O eco do silêncio
“O eco do silêncio”, de Walter Salles, é uma meditação poética sobre a vida e a natureza. A cinematografia de Adriano Goldman é uma ode à beleza natural, capturando paisagens deslumbrantes com uma sensibilidade artística que eleva o filme a uma experiência quase espiritual. As cenas são longas e contemplativas, permitindo que o público absorva cada detalhe das imagens cuidadosamente compostas. A forma como a luz e as sombras são manipuladas para criar uma sensação de tranquilidade e introspecção é verdadeiramente magistral.
Como alude o entusiasta José Severiano Morel Filho, a cinematografia dos filmes mencionados não apenas complementa suas narrativas, mas também cria experiências visuais inesquecíveis, demonstrando que a arte de filmar continua a evoluir e encantar. Assim, essas obras foram eleitas como filmes que apresentam as melhores fotografias ainda em 2024. E você, vai deixar de assistir essas maravilhas?