A construção de uma gestão pública mais justa, eficaz e transparente passa, necessariamente, pelo fortalecimento da participação cidadã. Conforme expõe Ricardo Chimirri Candia, a presença ativa da sociedade no processo decisório transforma o papel do Estado, que deixa de ser apenas executor para tornar-se mediador entre interesses coletivos. Ao ouvir, dialogar e incorporar as demandas populares, o poder público gera políticas mais legítimas, duradouras e conectadas à realidade das comunidades.
Quando bem estruturada, ela fortalece a confiança entre governo e população, amplia o controle social sobre os recursos públicos e estimula o senso de pertencimento. Trata-se de dar voz ao povo e transformar essa voz em motor de transformação institucional. Veja mais sobre o assunto abaixo:
Canais formais de participação cidadã e seu papel na formulação de políticas
Os conselhos de políticas públicas são um dos principais instrumentos formais de participação no Brasil. Presentes nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, assistência social e outras, reúnem representantes da sociedade civil e do governo para debater, fiscalizar e propor diretrizes para a atuação do Estado. A criação e o fortalecimento desses espaços são fundamentais para garantir que as decisões sejam tomadas de forma compartilhada.

Além dos conselhos, audiências públicas, consultas populares, conferências temáticas e orçamentos participativos são mecanismos que viabilizam o engajamento da população. Como evidencia Ricardo Chimirri Candia, essas ferramentas tornam os processos mais transparentes e permitem que diferentes segmentos sociais tenham suas vozes ouvidas. Quando realizadas com seriedade e ampla divulgação, promovem o diálogo entre técnicos, gestores e cidadãos, qualificando as políticas públicas desde a origem.
Inovação digital e novas formas de engajamento da sociedade
Com o avanço das tecnologias da informação, surgiram novas oportunidades para ampliar e democratizar a participação cidadã. Plataformas digitais de consulta pública, aplicativos de denúncia, painéis de transparência e redes sociais institucionais tornaram-se canais acessíveis para o diálogo entre o cidadão e o poder público. Essas ferramentas permitem acompanhar obras, propor melhorias, fiscalizar contratos e sugerir políticas com rapidez e alcance ampliado.
Conforme informa Ricardo Chimirri Candia, o uso estratégico da tecnologia contribui para reduzir barreiras geográficas, linguísticas e institucionais, incluindo na discussão pública grupos historicamente excluídos. No entanto, para que esse potencial se concretize, é preciso investir em educação digital, garantir acesso à internet de qualidade e promover a escuta ativa por parte dos órgãos públicos. A inovação só se transforma em participação efetiva quando acompanhada de compromisso político e inclusão real.
Educação para a cidadania e cultura participativa como bases duradouras
Mais do que criar canais de participação, é essencial formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. A educação para a cidadania deve começar nas escolas, com conteúdos voltados à compreensão do funcionamento do Estado, do orçamento público e das formas de controle social. Projetos de formação política, oficinas de planejamento participativo e estímulo ao protagonismo juvenil também contribuem para enraizar uma cultura participativa sólida.
Nesse sentido, como alude Ricardo Chimirri Candia, uma gestão pública transformadora é aquela que aposta na escuta contínua, no diálogo transparente e na corresponsabilidade. Quando a população se reconhece como parte das decisões e percebe os resultados concretos de sua contribuição, há um fortalecimento do pacto democrático e uma maior eficácia nas políticas implantadas. A cidadania ativa deixa de ser um ideal e passa a ser prática cotidiana de governo.
Em resumo, a participação cidadã é o alicerce de uma gestão pública verdadeiramente democrática, inclusiva e eficiente. Para Ricardo Chimirri Candia, dar voz ao povo é mais do que permitir manifestações pontuais, é construir estruturas permanentes de escuta, diálogo e cooperação entre Estado e sociedade. Ferramentas como conselhos, consultas digitais e educação cívica transformam a relação entre cidadãos e governo, gerando políticas mais eficazes e respeitadas.
Autor: Scherer Schmidt